quinta-feira, 10 de junho de 2010

Namorados

Feliz do ser humano que tem uma namorada, ou namorado. O namoro é o momento mais delicado do amor. Sim, porque “amor” envolve muita coisa; é um sentimento muito mais intenso, mais profundo. Hoje eu não quero falar dele, mas sim de ternura, que é a essência do namoro.
Ah... Quão pouca gente sabe o que é ternura. Podes ter certeza que todo mundo sabe o que é amor, paixão, tesão ou obsessão. Mas faça um teste: pergunte à primeira pessoa com quem falares hoje o que é ternura? Se ela te responder que é carinho, brandura, delicadeza, medo de magoar ou medo de machucar, então, podes ter certeza que estás falando com alguém de muita sensibilidade.
Para ilustrar o que estou querendo dizer, nós temos momentos de ternura também fora do namoro, e muitas vezes nem nos apercebemos, porque ela é espontânea. Queres ver? Ela acontece quando olhamos embevecidos para um botão de rosa, numa manhã de sol, ainda ornamentado por gotas do sereno da madrugada. Olha, eu, de minha parte, evito até de passar perto da flor, com receio de que o deslocamento de ar que o meu corpo provocaria, viesse a fazer com que uma só gota de orvalho despencasse de uma tenra pétala. Queres outro exemplo? Então aí vai: Quando eu vejo uma criança bem novinha, no colo da mãe, eu olho para ambas e me comovo. Às vezes, juro, me dá até vontade de chorar. Não te disse que sou maluco mesmo? Mas eu só olho, e sorrio, porque tenho medo de que qualquer gesto meu estrague aquele sublime momento. Pegar a criança no colo, nem pensar, pois nada no mundo me dá mais medo de machucar alguém do que este gesto. Outros modelos deixo por conta da tua criatividade e sensibilidade, certamente melhores do que as minhas.
Amanhã é o Dia dos Namorados, e foi por isto que eu puxei este assunto contigo, meu raro e paciente leitor. Já deves ter ouvido pessoas dizerem que isso é frescura, que é coisa do comércio, para vender mais. Tudo bem... Até pode ser. Mas quem sabe também é um bom momento para lembrarmo-nos de que existe dentro de nós muita ternura, que está jogada, esquecida, empoeirada, num canto qualquer das nossas mentes e de nossos corações.
Porque o principal sentimento que une os namorados não é o amor, como já disse acima, mas sim a ternura, que vem a ser aquela vontade de proteger, ver e ouvir um ao outro, enfim, fazê-lo sorrir e chorar junto quando ele chora. Quando temos ternura por alguém já sabemos o que este sente e o que quer, antes mesmo de se expressar. Namorados ficam juntos e não precisam nem falar. Às vezes, um olha para o outro e riem de nada. As carícias mais suaves os transporta para o mais inimaginável mundo de sonho e de fantasia. Se existe alguém para quem tu tenhas este sentimento, és uma pessoa feliz, podes crer. Agora, se esta pessoa também sente o mesmo por ti, aí então, meu irmão, minha irmã, és a pessoa mas feliz do mundo. E talvez nem saiba.

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